domingo, 3 de julho de 2016

Ex Bispo de Garanhuns morre e deixa saudades.

Dom Irineu deixou como marcar na Diocese de Garanhuns, a boa administração, porém, ainda ficou marcante seu carisma e acessibilidade, a forma gentil de conversar com as pessoas e o diálogo entre as mais diversas religiões. Registramos que foi em sua gestão a ampliação da cúria diocesana e a reforma do Seminário São José.

Com apenas 66 anos de idade, em Joinville - SC, O velório de dom Irineu estava previsto para ocorrer no domingo, a partir das 8 horas, na Catedral de Joinville, mas foi antecipado e teve início ainda na noite de sábado. Às 15 horas, ocorreu a missa de corpo presente, que foi celebrada pelo primo de dom Irineu, Odilo Scherer. O bispo foi sepultado na cripta da Catedral


Conheça um pouco a história de Dom Irineu 

Dom Irineu era bispo de Joinville há nove anosFoto: Maiara Bersch / AgenciO bispo Irineu Roque Scherer nasceu em Cerro Largo (RS), em 15 de dezembro de 1950. Filho dos gaúchos  Avelino Aloysio Scherer e Maria Alvina Spohr, ele tinha outros seis irmãos, sendo que um deles, Inácio, também se dedicou à religião, tornando-se padre. Segundo o próprio Irineu, em um texto autobiográfico, o desejo em ser padre surgiu quando ainda era bem criança, quando servia como coroinha em sua paróqu

— Segundo minha mãe, já falava nisso mesmo antes de ter consciência do que significava ser padre — escreveu.


Aos 13 anos, Irineu entrou no Seminário Diocesano São José, em Toledo (PR), onde morou durante toda a infância. Em 1964, ele ingressou no Seminário Menor Arquidiocesano São José, na capital paranaense, onde completou os estudos ginasiais e colegiais até 1970.


Um ano depois, frequentou o Seminário Maior Arquidiocesano Rainha dos Apóstolos, em Curitiba, onde cursou filosofia e teologia. Segundo Irineu, apesar da tentação pelas belas artes, música, arquitetura e futebol, ele nunca teve dúvidas de que queria ser padre.


— Deus me mostrou seu desejo no rumo que eu devia seguir, pela dor e sofrimento — explicou, referindo-se a perda do pai, que faleceu com 51 anos.


A ordenação sacerdotal ocorreu em 7 de janeiro de 1978, na Diocese de Toledo. No dia seguinte, rezou a primeira missa, na capela Nossa Senhora do Rosário, em Dois Irmãos (PR), junto aos familiares vindos de vários lugares.


Nos anos seguintes, ele trabalhou como diretor espiritual e também assumiu um seminário de Toledo, antes de ser nomeado pároco na Paróquia Nossa Senhora da Glória, de Quatro Pontes, e da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, de Vila Nova.


A nomeação como bispo surgiu em abril de 1998, quando era pároco da Catedral de Marechal Cândido Rondon. Ele foi nomeado para comandar a Diocese de Garanhuns, em Pernambuco, onde tomou posse em agosto do mesmo ano.


Dom Irineu permaneceu no Nordeste até 2007. Naquele ano, ele retornou para o Sul do país ao ser nomeado o quarto bispo da Diocese de Joinville, substituindo dom Orlando Brandes, que estava no cargo desde 1994.


No texto autobiográfico, dom Irineu recorda que a cerimônia de nomeação ocorreu às 15 horas de 19 de agosto, no Centreventos Cau Hansen. Cerca de dez mil pessoas acompanharam a celebração, que ainda contou com a presença da mãe, com 83 anos, irmãos, sobrinhos e amigos do Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco.


Durante os anos prestados à religião, ele se tornou cidadão honorário de Quipapá (PE), Jupi (PE), Garanhuns (PE), Joinville, além dos estados de Pernambuco e Santa Catarina.


Na abertura do texto assinado pelo bispo, escrito em razão da celebração dos cem anos da Diocese de Joinville, ele ressalta que relembrava a história de sua vida com emoção.


— Ao pensar que tudo é dom, tudo é graça de Deus, que, por sua vez, tem se utilizado de pessoas, e quantas pessoas, de fatos alegres e tristes para compor o jogo da vida. A ele uma gratidão imensa pelo que já posso testemunhar e, espero intensificar sempre mais minha inserção nele, como criatura, e ser um reflexo de sua beleza e esplendor, até o ocaso de meus dias.

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